JOAQUIM LOURENÇO
Galeria Espaço Artever
de 25 de Novembro a 30 de Dezembro 2006
Espólio da Última Viagem de Fernão de Magalhães
Para além de um título é um conto. Um conto breve. Como breve era a referência ao feito desta personagem nos nossos manuais escolares. Ou não tivesse este herói cumprido a sua desdita a mando dos reis espanhóis. Sacralizado por uns e por outros, deixou memória. E é dessa memória que Joaquim Lourenço se (e nos) propõe descobrir uma possível iconografia. É neste olhar que somos transportados pelo imaginário denso e pesado, eivado de alguma alegria manifesta no colorido destas obras. Há uma interpretação e um vislumbrar irónico da aventura de um português por outras paragens. Joaquim Lourenço (de quem tenho o privilégio de ser amigo) provoca, como que um reflexo, nalgum paralelismo com as histórias dos seus tempos em Moçambique que o ouvi tantas vezes contar. Poderá não ser da sua consciência, mas é da minha sentir as descrições dramáticas, de momentos tensos, que logo se resolviam com situações coloridas e pacientes. Estes trabalhos, também, são a ilustração do desejo de um sobrevivente à procura de outras paragens. São objectos que nos permitem a contemplação e a admiração. São os objectos dum conto nesta nossa viagem que não queremos que seja a última.
José Mourão
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